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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Aula de Português II; 28/02/2011

1. Linguagem e Comunicação
A comunicação ocorre quando interagimos com outras pessoas utilizando linguagem. Linguagem é a capacidade humana de articular conhecimentos e compartilhá-los socialmente. Assim, todo e qualquer processo humano capaz de expressar e compartilhar significação constitui linguagem, sejam elas verbais: cuja unidade básica é a palavra (falada ou escrita) ou não-verbais: tirar fotos, pintar quadros, músicas, dançar, etc. Há, ainda, as linguagens mistas, como as histórias em quadrinho, o cinema, o teatro, etc.
A comunicação consolida-se na interação entre o locutor – aquele que fala, que pinta, que compõe uma música, que dança -, e o locutário, aquele que recebe a mensagem. As pessoas que participam do processo de comunicação e interação, chamamos de interlocutores. Para a consolidação da construção e de transmissão de mensagens através da linguagem (seja ela qual for), utilizamos um conjunto de sinais convencionados socialmente, que denominamos códigos. A língua é um código formado por signos (palavras) e leis combinatórias por meio do qual as pessoas se comunicam e interagem entre si. É um código aceito por convenção, portanto um único indivíduo não á capaz de criá-la ou modificá-la sozinho. A língua, porém, assim como a fala não é imutável, ao longo do tempo sofre alterações, transforma-se, ganha ou perde fonemas, palavras de acordo com a necessidade e o uso.


1.2 Registros da linguagem
Registros da linguagem são as diferentes manifestações do falante em diferentes situações.
A linguagem coloquial ou informal é usada em situações familiares ou espontâneas. Por isso não há preocupação com as regras gramaticais. A linguagem culta ou formal, ao contrário, é usada em situações menos espontâneas, quando não há intimidade entre os falantes, havendo preocupação com o vocabulário e com as regras da gramática.
As características da fala formal (vocabulário apurado, construções mais trabalhadas) podem ser encontradas também na língua escrita e na língua literária, porque todas elas se prendem às regras gramaticais. O estudo da gramática proporcionará, portanto, o conhecimento das regras necessárias à utilização da fala formal, permitindo também a compreensão e produção de textos expressos nessa linguagem.

Tópico Frasal

A idéia central do parágrafo é enunciada através do período denominado tópico frasal. Esse período orienta ou governa o resto do parágrafo; dele nascem outros períodos secundários ou periféricos; ele vai ser o roteiro do escritor na construção do parágrafo; ele é o período mestre, que contém a frase-chave. Como o enunciado da tese, que dirige a atenção do leitor diretamente para o tema central, o tópico frasal ajuda o leitor a agarrar o fio da meada do raciocínio do escritor; como a tese, o tópico frasal introduz o assunto e o aspecto desse assunto, ou a idéia central com o potencial de gerar idéias-filhote; como a tese, o tópico frasal é enunciação argumentável, afirmação ou negação que leva o leitor a esperar mais do escritor (uma explicação, uma prova, detalhes, exemplos) para completar o parágrafo ou apresentar um raciocínio completo. Assim, o tópico frasal é enunciação, supõe desdobramento ou explicação.
A idéia central ou tópico frasal geralmente vem no começo do parágrafo, seguida de outros períodos que explicam ou detalham a idéia central.
Exemplos:
Ao cuidar do gado, o peão monta e governa os cavalos sem maltratá-los. O modo de tratar o cavalo parece rude, mas o vaqueiro jamais é cruel. Ele sabe como o animal foi domado, conhece as qualidades e defeitos do animal, sabe onde, quando e quanto exigir do cavalo. O vaqueiro aprendeu que paciência e muitos exercícios são os principais meios para se obter sucesso na lida com os cavalos, e que não se pode exigir mais do que é esperado.
Tópico frasal desenvolvido por enumeração:
Exemplo:
A televisão, apesar das críticas que recebe, tem trazido muitos benefícios às pessoas, tais como: informação, por meio de noticiários que mostram o que acontece de importante em qualquer parte do mundo; diversão, através de programas de entretenimento (shows, competições esportivas); cultura, por meio de filmes, debates, cursos.
Tópico frasal desenvolvido por descrição de detalhes:
É o processo típico do desenvolvimento de um parágrafo descritivo:
Era o casarão clássico das antigas fazendas negreiras. Assobradado, erguia-se em alicerces o muramento, de pedra até meia altura e, dali em diante, de pau-a-pique (...) À porta da entrada ia ter uma escadaria dupla, com alpendre e parapeito desgastado. (Monteiro Lobato)
Tópico frasal desenvolvido por confronto:
Trata-se de estabelecer um confronto entre duas idéias, dois fatos, dois seres, seja por meio de contrastes das diferenças, seja do paralelo das semelhanças. Veja o Exemplo:
Embora a vida real não seja um jogo, mas algo muito sério, o xadrez pode ilustrar o fato de que, numa relação entre pais e filhos, não se pode planejar mais que uns poucos lances adiante. No xadrez, cada jogada depende da resposta à anterior, pois o jogador não pode seguir seus planos sem considerar os contra-ataques do adversário, senão será prontamente abatido. O mesmo acontecerá com um pai que tentar seguir um plano preconcebido, sem adaptar sua forma de agir às respostas do filho, sem reavaliar as constantes mudanças da situação geral, na medida em que se apresentam. (Bruno Betelheim, adaptado)
Tópico frasal desenvolvido por razões:
No desenvolvimento apresentamos as razões, os motivos que comprovam o que afirmamos no tópico frasal.
As adivinhações agradam particularmente às crianças. Por que isso acontece de maneira tão generalizada? Porque, mais ou menos, representam a forma concentrada, quase simbólica, da experiência infantil de conquista da realidade. Para uma criança, o mundo está cheio de objetos misteriosos, de acontecimentos incompreensíveis, de figuras indecifráveis. A própria presença da criança no mundo é, para ela, uma adivinhação a ser resolvida. Daí o prazer de experimentar de modo desinteressado, por brincadeira, a emoção da procura da surpresa. (Gianni Rodari, adaptado)
Tópico frasal desenvolvido por análise:
É a divisão do todo em partes.
Quatro funções básicas têm sido atribuídas aos meios de comunicação: informar, divertir, persuadir e ensinar. A primeira diz respeito à difusão de notícias, relatos e comentários sobre a realidade. A segunda atende à procura de distração, de evasão, de divertimento por parte do público. A terceira procura persuadir o indivíduo, convencê-lo a adquirir certo produto. A quarta é realizada de modo intencional ou não, por meio de material que contribui para a formação do indivíduo ou para ampliar seu acervo de conhecimentos. (Samuel P. Netto, adaptado)
Tópico frasal desenvolvido pela exemplificação:
Consiste em esclarecer o que foi afirmado no tópico frasal por meio de exemplos:
A imaginação utópica e inerente ao homem, sempre existiu e continuará existindo. Sua presença é uma constante em diferentes momentos históricos: nas sociedades primitivas, sob a forma de lendas e crenças que apontam para um lugar melhor; nas formas do pensamento religioso que falam de um paraíso a alcançar; nas teorias de filósofos e cientistas sociais que, apregoando o sonho de uma vida mais justa, pedem-nos que "sejamos realistas, exijamos o impossível". (Teixeira Coelho, adaptado).
EXERCÍCIO
O JULGAMENTO DA OVELHA
Um cachorro acusou uma pobre ovelhinha de lhe haver furtado um osso
– Para que furtaria eu esse osso - alegou ela - se sou herbívora e um osso para mim vale tanto como um pedaço de pau?
Não quero saber de nada. Você furtou o osso e vou levá-la já aos tribunais.
E assim fez.
Queixou-se ao gavião e pediu-lhe justiça. O gavião reuniu o tribunal para julgar a causa, sorteando para isso urubus de papo vazio.
Comparece a ovelha. Fala. Defende-se muito bem, com razões muito irmãs das do cordeirinho que o lobo em tempos comeu.
Mas o júri, composto de carnívoros gulosos, não quis saber de nada e deu a sentença:
– Ou entrega o osso já e já, ou condenamos você à morte!
A ré tremeu: não havia escapatória!... Osso não tinha e não podia, portanto, restituir; mas tinha vida e ia entregá-la em pagamento do que não furtara.
Assim aconteceu. O cachorro sangrou-a, cortou-a em pedaços, reservou para si um quarto e dividiu o restante com os juízes famintos...

Um comentário:

Julia Schmidt disse...

Esse mesmo modelo de aula será aplicado no sábado, dia 19/03.