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terça-feira, 12 de abril de 2011

Aula 3 - Suane. História Geral - Primeira Guerra Mundial

Primeira guerra mundial, em linhas gerais
A guerra ocorreu entre a Tríplice Entente (liderada pelo Império Britânico, França, Império Russo (até 1917) e Estados Unidos (a partir de 1917) que derrotou a coligação formada pelas Potências Centrais – Tríplice Aliança - (liderada pelo Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Império Turco-Otomano), e causou o colapso de quatro impérios e mudou de forma radical o mapa geo-político da Europa e do Médio Oriente.

Este evento de proporções globais caracteriza o momento de maior tensão desde a consolidação das industrializações européias que vieram junto com a revolução burguesa. Essa tensão acontece devido à filosofia imperialista de controle extremo dos povos belicamente mais fracos. Uma série de questões culturais e políticas levaram a eclosão de uma guerra que foi dirigida entre os poucos países mais poderosos do mundo e deflagrada por muitos campos de batalha ao redor do globo terrestre.
As maiores conseqüências da Primeira Guerra Mundial são as movimentações que levam à Segunda Guerra Mundial, a emergência de grandes impérios facistas e totalitários, o socialismo real, a supremacia estadunidense e a avassaladora destruição das etnias do leste europeu que viveram, na segunda metade do século XX, inúmeros processos separatistas. Muito semelhante à situação dos países africanos, disputados durante as Guerras, que acabaram tendo que lidar com etnias rivais sob uma mesma nação e economias destruídas pela guerra e por interferências imperialistas. Muitos desses países acabaram ingressando em ditaduras que duram até hoje.
É importante entender a divisão política que se configurava entre os países mais poderosos:
Inglaterra – país pioneiro na Revolução Industrial e responsável pela melhor frota marinha do mundo até então. Consolida-se ao longo do século XIX com grandes intervenções capitalistas/imperialistas na África e na Ásia.
Alemanha – região que se unifica enquanto país em 1871 desenvolvendo intensa atividade industrial e forte investimento em armamentos e treinamentos bélicos. Em pouco tempo oferece sérios riscos a soberania imperialista britânica.
Estados Unidos – expoente de desenvolvimento capitalista até a virada do século XIX para o XX. Forma suas bases industriais e ideológicas vagarosamente ao longo dos conflitos europeus. Intervém em momentos oportunos a fim de salvaguardar a política capitalista, é muito favorecido com a exportação e com empréstimos para a Europa devastada pela guerra. Tem exércitos fortes e investe alto em tecnologia militar.
Rússia (URSS) – país tradicionalmente forte que, no século XIX, entra na corrida imperialista de forma modesta se restringindo ao oriente. Porém, se insere na Primeira Guerra Mundial ao lado da Inglaterra, mas acaba desenvolvendo suas próprias linhas de governo ao passar pela Revolução Socialista em 1917. Tal revolução instaura as bases do que seria a base dos conflitos no fim do século XX com a transição das disputas fascismo x capitalismo para socialismo x capitalismo.
Japão – após a Revolução Meiji, que termina em 1869, passa a incorporar o conjunto de países ricos em processo de industrialização e expansão imperialista. Já no século XIX, atua de forma expansionista na China a na região da Manchúria. No século seguinte incorpora a aliança com a Inglaterra na Primeira Guerra Mundial.
Áustria-Hungria – grande potência de teve curta duração histórica. Consolidou-se no início do século XIX e deixou de existir ao final da Primeira Guerra Mundial, foi essencial para a grande campanha alemã durante a guerra.
Império Turco-Otomano – Tradicional império que existiu desde o século XIII até o fim da Primeira Guerra Mundial, tendo duas posses reduzidas ao que hoje é a Turquia. Foi um dos maiores impérios da Idade Média, abrangia grande parte da península arábica, norte da África e Europa Oriental. Aliou-se aos alemães na Tríplice Entente e foi derrotado, ao final da Guerra seu território foi dividido.
Itália – recém-unificada, a Itália iniciou a Guerra ao lado dos Aliados, mas, considerando que a aliança tinha caráter defensivo (e a guerra havia sido declarada pela Áustria) e a Itália não havia sido preventivamente consultada sobre a declaração de guerra, o governo italiano afirmou não se sentir vinculado à aliança e que, portanto, permaneceria neutro. Após o desenrolar das disputas acabou entrando para a Tríplice Entente e perdendo a Guerra junto com os demais países que compunham o bloco.
O contexto cultural e as alianças
A Belle Époque é uma expressão que designa o clima intelectual e artístico do período que vai aproximadamente de 1870 até o início da Primeira Guerra Mundial, em 1914. Foi uma época de profundas transformações no pensamento e na cultura. Inovações tecnológicas como o automóvel, o avião, o telefone, o cinema, a bicicleta, o telegrafo sem fio, entre outros inventos, marcaram o período. Paris era o centro da modernidade e da cultura boêmia. Com seus cafés-concertos, balés, operetas, livrarias, teatros e alta costura, a capital francesa reunia artistas, escritores, atores e inventores.
Enquanto a arte a inovação floresciam, esta época também viu a ascensão de militantes operários e socialistas organizados. Contudo, o período de renovação foi bruscamente interrompido com o início da Primeira Guerra Mundial. Na realidade, essa sociedade paradisíaca existiu, mas somente para os estratos superiores das classes privilegiadas. O paralelo nas classes populares é traçado com a organização proletária e as novas demandas dessa classe social.
A política de alianças foi um momento em que as grandes potências européias firmaram acordos de auxilio mútuo ou de não-agressão para garantir suas políticas desenvolvimentistas. Em 1882, a Tríplice Aliança envolvia Império Alemão, Império Austro-Húngaro e Itália. Esta última não entrou na guerra logo em 1914, porém o fez em 1917. Do outro lado estava a Tríplice Entente formada por Inglaterra, França e Rússia. Esta aliança era uma forma de fortalecer os recém-criados territórios alemães e italianos. O equilíbrio na região era mantido pela parceira com o Império Austro-Húngaro.
A França se opunha a Alemanha nesse contexto e se aliava a sua tradicional rival, a Inglaterra, pois havia perdido os territórios da Alsácia e de Lorena na guerra Franco-Prussiana de 1870. Além disso, a Alemanha naquele contexto incomodava mais essas duas tradicionais potências do que as suas rivalidades anteriores. É próprio imperialismo criar novas rivalidades por mercados consumidores e a Alemanha era a maior ameaça. Rússia também guerreava contra a Alemanha devido a sua disputa pela região dos Balcãs que era habitada por diversos povos eslavos e estavam divididos entre o domínio Austro-Húngaro, turco e russo. A Rússia se proclamava a nação protetora de todos os povos eslavos e tinha grande interesse em anexar essa região ao seu Império.
Essas políticas imperialistas tinham o respaldo da sociedade civil de cada país para serem implantadas. Foi uma característica marcante da época a firmação de identidades nacionais. Anteriormente, as nações eram determinadas muito mais pelas alianças político-econômicas e por suas subordinações as potências européias do que por um sentimento de união cultural e política. Foi feito um investimento forte em educação básica e na cultural em geral inserindo na mentalidade européia o sentimento de nacionalismo. Esse sentimento era essencial para formar uma cultura própria de cada país, fazendo com que os soldados e todos os outros cidadãos tivessem grande apreço por servir a nação que pertenciam. Assim, um sentimento de hostilidade em relação aos estrangeiros e uma busca por unificação de povos de mesma linhagem foi fortalecido por todo o mundo ocidental. Os casos mais relevantes foram o do pangermanismo (Alemanha), o pan-eslavismo (Rússia) e o Projeto da Grande Sérvia.
A Guerra: o herdeiro do trono da Áustria-Hungria, Francisco Ferdinando e a esposa foram assassinados por um nacionalista sérvio em Sarajevo no dia 28 de junho de 1914. Essa atitude foi o estopim para uma declaração de guerra contra a Sérvia por parte do Império Austro-Húngaro.
Primeira Fase: (1914). Esse período caracterizou-se por movimentos rápidos envolvendo grandes exércitos. Certo de que venceria a guerra em pouco tempo, o exército alemão invadiu a Bélgica, e, depois de suplantá-la, penetrou no território francês até as proximidades de Paris. Os franceses contra-atacaram e, na Primeira Batalha do Marne, em setembro de 1914, conseguiram deter o avanço alemão.
Segunda Fase: (1915-1916) Na frente ocidental, essa fase foi marcada pela guerra de trincheiras: os exércitos defendiam suas posições utilizando-se de uma extensa rede de trincheiras que eles próprios cavavam. Enquanto isso, na frente oriental, o exército alemão impunha sucessivas derrotas ao mal-treinado e muito mal-armado exército russo. Apesar disso, entretanto, aquele país não teve fôlego para conquistar a Rússia. Em 1915, a Itália, que até então se mantivera neutra, traiu a aliança que fizera com a Alemanha e entrou na guerra ao lado da Tríplice Entente. Ao mesmo tempo em que foi se alastrando, o conflito tornou-se cada vez mais trágico. Novas armas, como o canhão de tiro rápido, o gás venenoso, o lança-chamas, o avião e o submarino, faziam um número crescente de vítimas.
Terceira fase: (1917-1918). Em 1917, primeiro ano dessa nova fase, ocorreram dois fatos decisivos para o desfecho da guerra: a entrada dos Estados Unidos no conflito e a saída da Rússia. Os Estados Unidos entraram na guerra ao lado da Inglaterra e da França. Os estadunidenses tinham feitos grandes investimentos nesses países e queriam assegurar o seu retorno. Outras nações também se envolveram na guerra. Turquia e Bulgária juntaram-se à Tríplice Aliança, enquanto Japão, Portugal, Romênia, Grécia, Brasil, Canadá e Argentina colocaram-se ao lado da Entente. A saída da Rússia da guerra está relacionada à revolução socialista ocorrida em seu território no final de 1917.
O novo governo russo alegou que a guerra era imperialista e que o seu país tinha muitos problemas internos para resolver. A Alemanha, então, jogou sua última cartada, avançando sobre a França antes da chegada dos soldados estadunidenses à Europa. Entretanto, os alemães foram novamente detidos na Segunda Batalha do Marne e forçados a recuar. A partir desse recuo, os países da Entente foram impondo sucessivas derrotas aos seus inimigos. A Alemanha ainda resistia quando foi sacudida por uma rebelião interna, que forçou o imperador Guilherme II a abdicar em 9 de novembro de 1918. Assumindo o poder imediatamente, o novo governo alemão substituiu a Monarquia pela República. Dois dias depois rendeu-se, assinando um documento que declarava a guerra terminada.
Em um curto espaço do tempo, as nações européias necessitavam de enormes quantidades de alimentos e armas para o conflito. Mesmo que permanecendo neutro os Estados Unidos exportava seus produtos apenas às nações integrantes da Tríplice Entente. A saída dos russos aumentava o risco da Tríplice Entente ser derrotada e, conseqüentemente, dos banqueiros estadunidenses não receberem as enormes quantidades de dinheiro emprestado aos países em guerra. A decisão da guerra se anunciou clara a partir da chegada dos exércitos norte-americanos.
A vitória da Tríplice Entente nos conflitos da Primeira Guerra (1914 – 1918) estipulou os acordos a serem assinados pelas nações derrotadas. A Alemanha, considerada a principal culpada pelos conflitos, foi obrigada a aceitar as imposições do Tratado de Versalhes, assinado em Paris, no mês junho de 1919. A Alemanha foi obrigada a devolver a região da Alsácia-Lorena para as mãos dos franceses. Os russos tiveram que reconhecer a independência da Polônia, que ainda foi agraciada com o corredor polonês (limite territorial que dava ao país uma saída para o mar). As colônias alemãs no continente africano foram divididas entre Inglaterra, Bélgica e França. Os outros domínios na região do Pacífico foram partilhados pelo Japão e Inglaterra.
Para evitar uma possível revanche e conter a mesma corrida armamentista que possibilitou a Primeira Guerra, esse mesmo tratado forçou o desarmamento alemão. O exército alemão não mais poderia ser formado através de alistamento obrigatório e suas tropas não poderiam ultrapassar o limite de 100 mil soldados. A força militar alemã não teria nenhum tipo de artilharia pesada e uma comissão seria responsável por impedir a criação de indústrias bélicas na Alemanha.
Além disso, a Alemanha deveria pagar uma indenização de cerca de 270 milhões de marcos-ouro aos países aliados além de indenizações de guerra. Ao contrário de assegurar a paz, o Tratado de Versalhes foi visto como a grande motivação para uma Segunda Guerra Mundial. Seu caráter visivelmente punitivo alimentou o sentimento revanchista que abriu espaço para a ascensão dos estados nazi-fascistas na Europa. Alemanha e Itália foram tomadas por tais governos que, entre outros pontos, defendiam que a soberania nacional de seus países teria sido desonrada pelas medidas humilhantes do tratado.
O fim da era européia: travada essencialmente nas terras, mates e céus da Europa, a Primeira Guerra arrasou aquele continente e determinou o seu declínio no cenário mundial. Isso permitiu a ascensão dos Estados Unidos como maior potência econômica. Em termos políticos, surgiu a descrença em relação ao modelo liberal, o que influenciou o aparecimento de regimes e partidos de tendência autoritária, como os de inspiração socialista e fascista. Mais de vinte milhões de pessoas morreram nesse conflito, principalmente jovens em idade reprodutiva.
A guerra interrompeu uma renovação de valores, de aspirações e de comportamentos iniciados no final do século XIX. Numa síntese rápida, ela suspendeu a expansão do movimento trabalhista europeu, as aspirações dos jovens, das mulheres e das vanguardas intelectuais e artísticas. Dando-lhes uma nova demanda e criando situações completamente novas que exigiram das parcelas subjugadas adaptações aos novos tempos de necessidade. Esses mesmos grupos se viram inseridos em problemas ainda mais graves que apressaram suas demandas e suas manifestações.
Estimulou o desenvolvimento da ciência e foi responsável por grandes avanços tecnológicos. Conhecimentos de química, física e metalurgia, desenvolvidos com a Revolução Industrial, foram aprimorados e aplicados à indústria militar. Os gases venenosos, os torpedos de grande precisão e veículos blindados também foram inventados nessa época. Os combatentes usaram, pela primeira vez, aviões e tanques de guerra; os submarinos, desenvolvidos pelos Estados Unidos, foram aprimorados pelos alemães. Por outro lado, também foi desenvolvida nessa época, a radiologia, tão difundida na medicina atual.

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